Previsão Dezembro – “Mal vai a Portugal se não há três cheias antes do Natal”

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A MeteoMira apresenta a previsão para Dezembro, salientando-se que este mês se perspetiva muito dinâmico em termos atmosféricos, quer em termos de pressão quer em termos de geopotenciais. Podemos estar perante um primeiro mês de verdadeiro inverno em Portugal, ou seja, esperam-se períodos mais tempestuosos, com alguma chuva e vento e outros até com neve que pode cair a cotas simpáticas.

As imagens abaixo, representativas para o mês de Dezembro mostram anomalias negativas significativas de pressão e geopotencial em todo o país.

Assim, espera-se uma primeira quinzena maioritariamente chuvosa e já com fortes nevões a cotas altas, numa primeira fase e, deslocando-se para cotas médias-altas na 2ª semana. A chuva, desta feita, será dispersa em todo o território (de norte a sul), podendo a primeira semana de dezembro trazer períodos de forte precipitação ao Algarve, zona suscetível em termos de cheias rápidas, em situações de precipitação intensa e persistente. Também a faixa litoral será afetada com precipitação significativa durante a primeira semana do mês, com o natural risco de cheias devido aos níveis elevados de albufeiras e rios destas zonas, com a forte precipitação desde Setembro.

Como se pode ver pelas duas imagens abaixo, existe uma enorme concordância entre o multimodelo e o ensemble do modelo europeu em termos de precipitação para os primeiros 7 dias de dezembro.

Olhando até dia 13, verifica-se que naturalmente uma densificação da precipitação pelo ensemble do modelo europeu, como se vê pelos tons vermelho e rosa do mapa abaixo. O risco de cheias na primeira quinzena é muito significativo em todo o território e principalmente nas zonas vulneráveis do norte e centro-norte metade litoral, Área Metropolitana de Lisboa e Algarve.

Poderão ocorrer alguns episódios de vento mais forte (mas situações normais de inverno) e ainda alguns nevões muito significativos em cotas superiores aos 1200 a 1300m, sendo de esperar que durante a segunda semana a cota possa descer gradualmente até aos 900/1000m. Nesta primeira fase, cotas baixas é ainda, a nosso ver, e a menos que algo pontual e localizado aconteça, muito improvável.

A partir de dia 13 e até perto da lua nova de Dezembro (dia 23), o padrão deverá manter-se, gradualmente subindo a pressão a sul, ou seja, as maiores precipitações na região sul ocorrerão nos primeiros 15 dias do mês, sendo que o norte deverá ser continuamente afetado para a 2ª metade, sendo possível que entre o Natal e o Ano Novo possa ocorrer então alguma situação de neve a cotas mais baixas.

Com isto quer-se dizer obviamente que o mês será muito instável em termos gerais (com alguns dias de menos nebulosidade), com muita chuva, possibilidade de algumas cheias e recuperação da água nos solos, possível recuperação da situação de seca mesmo a sul e com alguma neve a poder brindar, primeiro os pontos mais altos e depois, numa fase final do mês, talvez cotas mais simpáticas.

As imagens abaixo representam as duas últimas semanas do mês, sendo visível que a sul as pressões tendem gradualmente a subir na fase final de Dezembro e poderá haver um mergulho de uma massa de ar polar entre o Natal e o Ano Novo.

Nas ilhas, a situação da Madeira é em todo semelhante a Portugal Continental, havendo possibilidade do primeiro nevão nas cotas altas na 2ª semana do mês. Será um mês de muita chuva pela região, sobretudo até à Lua Nova, altura em que as altas pressões devem começar gradualmente a impôr-se.

Pelos Açores, uma primeira semana mais calma, apesar de alguma chuva principalmente no metade oriental do Arquipélago. Nas imagens seguintes podemos ver até dia 7, a perspetiva do multimodelo e do ensemble do modelo europeu.

A segunda semana trará tempo mais instável à região, com os sistemas depressionários a acercarem-se e a incrementarem e de que maneira a precipitação nos Açores e na Madeira. O ensemble do modelo europeu aponta para a Madeira, um acumulado máximo até dia 13 de cerca de 160mm.

A patir de meio do mês, teremos então a inversão, com o aumento do geopotencial e da pressão nos Arquipélagos e a maior estabilização primeiro na Madeira e depois nos Açores, sendo de esperar que até à Lua Nova os Açores possam ter a passagem de algumas frentes associadas a sistemas depressionárias em latitudes mais elevadas.

Bem visível nas imagens seguintes, para as duas últimas semanas do mês e principalmente a partir de 23, a subida das áreas anticiclónicas nas regiões autónomas.

Será assim um mês muito chuvoso na Madeira e com a primeira neve nas cotas altas e um mês possivelmente menos chuvoso que o normal nos Açores (apenas mais chuvoso na semana que antecede o meio do mês.

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