Frentes vs Chuva Sul e Madeira

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Frentes e chuva a Sul e Madeira – Quase sempre incompatíveis! (artigo longo mas, se está no sul, gostaria de perceber porquê certamente) 😉

O clima no continente é muito marcado por frentes. É por isso que passo o tempo a falar em “vai passar uma frente”, “vem aí nova frente”, “frente quente”, “frente fria”, “frente estacionária”, etc.


Como os centros das depressões geralmente passam a oeste e noroeste da Península Ibérica e se deslocam para nordeste (não chegando a tocar na maior parte das vezes terra), o que cá chega é essa mesma frente fria e que por norma é antecedida de uma frente quente (por vezes acabam por se “apanhar” numa frente oclusa, ou acabam por puxar para lados diferentes, gerando frentes estacionárias).


Não é o facto de se chamarem quentes ou frias que as faz serem quentes ou frias propriamente dito, mas sim porque elas são a parte da frente (e daí a designação “frente”) de uma massa de ar mais quente ou mais fria, respetivamente (os pós-frontais e aguaceiros, onde geralmente vêm as trovoadas).


Mas sempre que aqui falo em chuva, tenho por parte das pessoas do sul e, principalmente distritos de Beja e Faro uma reação de dúvida! O mesmo acontece na Madeira! E é percetível porquê! A maior parte da precipitação no inverno continental é devido à ação das tais frentes que, como têm uma deslocação para nordeste e a sul está uma área de altas pressões, acabam por perder força à medida que descem no mapa ou que chegam ao interior. Frente é quase sempre sinal de pouca chuva ou aguaceiros mais fracos abaixo do Tejo (exceção à faixa mais litoral e costa vicentina). No Baixo Alentejo e Algarve, para chover em condições (e este ano tem chovido bem! o problema é que viemos de muito tempo seco na região!) é sempre mais favorável devido à ação de depressões isoladas a sudoeste de Sagres ou, em alternativa, a sul do Algarve. Estas situações acabam por produzir trovoadas e volumes de precipitação horários muito elevados. Daí também ser recorrente o termo que “No Algarve quando chove, chove tudo em pouco tempo e provoca estragos!”.
É também isso verdade, porque é devido à ação destas depressões que acabam por gerar muita instabilidade na região sul (o mesmo para o Alentejo interior).


Por isso, e salvo raríssimas exceções (já houve este ano), frente significa chuva acima do Tejo (moderada a forte a oeste das barreiras de condensação) e chuva fraca ou céu nublado a sul, em especial no sotavento e interior alentejano.
Quando ouvirem falar em cut-off lows (bolsas de ar frio em altura, DANA’s, etc.) aí sim pode ser sinónimo de chuva a sul. Mas geralmente sempre por ação de trovoadas!

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