O 2º mês do ano de 2023 e o último do Inverno Climático, deu e continua a dar sinais de enorme incerteza em termos de previsões… se calhar é secalhão, secalhar não! A verdade é que a previsão de fevereiro apresenta uma incerteza invulgar por estas alturas, podendo fazer deste mês uma caixinha de surpresas, pela positiva ou pela negativa. Na imagem de capa da previsão, os ventos em altura representam um novelo difícil de desenrolar e isso mesmo é a previsão de fevereiro… um autêntico novelo!
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Em primeiro lugar, o provérbio das Candeias!
Olhemos ao provérbio popular do dia 2 de fevereiro e que marca a possibilidade ou não o futuro do inverno no nosso país e sabendo que o sol será a nota dominante, como se pode ver na primeira imagem, temos que:
Estará o Inverno para vir? Então que tivémos até agora?
Vamos analisar semana a semana os padrões previstos pelos modelos.
Nos primeiros 6 dias continuamos com tempo seco e marcado por ação anticiclónica, o que quer dizer que alguns aguaceiros de leste continuarão a afetar o Arquipélago da Madeira, sendo expectável que as temperaturas comecem aos poucos a subir, primeiro pelas máximas e depois também um pouco as mínimas, com tempo maioritariamente limpo pelo Continente.
Já pelos Açores, a chuva deverá regressar gradualmente a partir de dia 4 e poderá ser nota mais dominante nos próximos tempos, com a retoma de jet de oeste à latitude do Arquipélago, para a primeira quinzena de fevereiro. Quer isto dizer que o tempo mais instável estará a aproximar-se da região e poderá trazer algumas depressões com maior cavamento, mais vento e mais chuva ao Arquipélago dos Açores.
A partir de 7, o que poderá acontecer de diferente?
Bolsas de ar frio em altura são sempre complicadas de antever em termos de comportamento e a posição do anticiclone, perante ventos tão disformes também não é fácil de modelar, mas seja qual for a deslocação da bolsa de ar frio em altura (leste, norte, sul-norte, oeste), o anticiclone deverá subir na Europa e deslocar-se para leste, ao mesmo tempo que o Anticiclone dos Açores poderá recuar e abrir uma clareira de baixos geopotenciais no nosso país… isto quer dizer o quê?
Na prática, quer dizer que o anticiclone poderá começar a sofrer um ataque nos níveis altos na nossa zona por volta de dia 7, o que permitirá que gradualmente a precipitação possa começar a ocorrer, em especial após dia 7. Acredito que a primeira precipitação até possa entrar mais a sul (não descarto contudo uma retrógrada que possa trazer localmente neve à sua aproximação), com o desenvolvimento de uma depressão a sudoeste entre 9 e 11 (podendo afetar as ilhas igualmente) mas tudo aponta para que seja após o Quarto Minguante (12/13) que se intensifique gradualmente a precipitação, com a retoma de maior circulação atlântica e até com a possibilidade de neve nos pontos médios e altos.
Trocando por breves, é possível que alguma precipitação comece gradualmente a entrar depois de 8, sendo que após 12 será obviamente mais geral e mais significativa e, obviamente mais impactante a norte e centro, mas também chovendo a sul.
As imagens mostram o ensemble, com a tendência de intensificação atlântica no período do Quarto Minguante e afastamento entre o Anticiclone dos Açores e o Anticiclone Europeu e, na 2ª imagem, a entrada da precipitação, com o acumulado do ensemble até dia 14, sendo visível que as ilhas e em particular os Açores terão mais precipitação até este período.
2ª metade do mês e Carnaval?
Na maior parte dos casos e como se pode ver pelos acumulados, não falamos de precipitação intensa e muito significativa, mesmo no período do Quarto Minguante, mas é de facto um período que nos parece passível de mudança e que deverá levar a precipitação até perto de 19, podendo o Carnaval ainda apresentar alguma pluviosidade mas talvez a 3ª feira já seja marcada por muito mais sol e menos probabilidade de chuva, dada a aproximação de altas pressões.
Nesta situação e até final do período do Quarto Minguante, as ilhas deverão ter tempo chuvoso e, não descarto algum episódio de neve nos Açores mais significativo.
Os últimos 7 dias?
Deverão ser mais instáveis nos Açores e estáveis no Continente e Madeira, mas nova investida em termos de aquecimento na estratosfera, poderá transportar os dias finais de fevereiro e Março para uma dimensão mais chuvosa.
A imagem seguinte mostra o Aquecimento da Estratosfera a meio do mês que poderá desiquilibrar a atmosfera em termos de mais precipitação para o finalinho do mês e durante Março.
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