Antes demais, sei que toda a gente conhece este provérbio mas com a Lua Nova… na verdade ele também existe com a Lua Cheia de Março, pelo que é o mote para o 3º mês do ano 2023 e primeiro mês da Primavera Climática.
Trovejar na Lua Cheia de Março não implica que chove todos os 30 dias… não levemos à letra tudo o que dizem os provérbios, mas o que importa salientar é que na maior parte dos dias será por certo possível, principalmente a norte e centro, onde perspetivamos um mês chuvoso. A sul, até pode começar bem regado mas não deverá chover tanto quanto a norte e centro, podendo apresentar-se relativamente normal em termos de precipitação.
Muito chuvoso nos Açores e mais seco na Madeira, onde apenas na última semana poderá surgir algo mais intenso.
Besta de Leste – A sua importância
A Besta de Leste não é mais que a descida de um núcleo de baixas pressões na zona leste da Europa, oriunda do Ártico e que esteve durante o Outono e Inverno associada ao designado Vórtice Polar Troposférico (a vermelho na imagem abaixo).
Esta Besta de Leste, que tem para nós portugueses um nome mais assustador que os efeitos que produz, afeta sobretudo o tempo na Europa central e de leste, com tempo frio e fortes nevões… por cá abre geralmente caminho à chuva e ao vento.
Dias 1 a 5 de Março
Começa frio, bem frio pelo Continente e com muita chuva e vento, fruto de depressões nos Açores… na Madeira aguaceiros e períodos de chuva principalmente. Mas o frio (principalmente nas mínimas) vai começando a desaparecer, principalmente a partir de dia 3, com a retoma e aproximação de fluxo atlântico ao Continente.
A chuva em território continental deve iniciar dia 4 (sábado) ao final da tarde no litoral e expandir para interior, de norte a sul, até dia 5, iniciando aí um período bem chuvoso de forma genérica, até dia 7.
Como se pode verificar, o anticiclone começa a subir agora para a Gronelândia, o que permitirá aproximar os azuis e verdes da Europa Ocidental e descer aquela massa de ar polar (azul e lilás) na Europa de Leste (a Besta de Leste).
De 6 a 10 de Março
6 a 7 de Março devem manter chuva em todo o território (pontualmente com trovoadas da Lua Cheia), mas a partir de 8 e até 10, a precipitação será mais persistente, podendo ser acompanhada de vento forte, principalmente na metade norte do Vale do Tejo, com o estabelecimento de um Rio Atmosférico alimentado por fluxo subtropical com injeção de ar frio nos níveis altos da “Besta de Leste”. Pode chover com intensidade e com valores a norte e centro metade litoral bem elevados nesses dias e até dia 10. A chuva tenderá a partir de 8 começar a diminuir na Madeira e região sul, mas continuará nos Açores.
Até final da 1ª quinzena: 11 e 12 com Anticiclone e mais seco no Continente, regresso da chuva e vento depois de 13/14
Será um período em que a dorsal africana irá subir no Continente, uma espécie de inversão no tempo, mas que será temporária porque o tempo instável regressará a partir de 13, com as depressões a circularem a norte de Portugal.
Com isto, regressa a chuva à metade norte, alguns aguaceiros a sul e poderão surgir situações de vento mais intenso. Apesar de começar a norte e centro, a chuva deverá chegar depois de 14 a sul e o tempo deverá arrefecer um pouco, pela componente mais norte/noroeste do fluxo… os Açores continuarão até 13 com tempo instável e começará a melhorar pelos Grupos Central e Oriental a partir de 14, com o Anticiclone a aproximar-se.
Este será um período mais seco pela Madeira, não se descartando alguma precipitação nas vertentes norte.
De 16 a 23 Março
Para os amantes da neve e do frio, esta semana e principalmente perto da Lua Nova (20 para 21 de Março) poderá marcar melhores condições, devido ao mergulho de algumas depressões por via “retrógrada” no Continente.
Pelos Açores, se começa mais calma esta semana, mais para final poderá começar a instabilizar, com aguaceiros e também fresquinho, tal como na Madeira, onde a neve poderá voltar aos pontos altos.
De 24 a 31 de Março
O final do mês poderá ser marcado por forte interação sudoeste-nordeste, com chuva significativa na Madeira e em Portugal Continental (principalmente metade sul / regime de trovoadas possível, bem como poeiras e tempo quente) e mais seco pelos Açores, resultado da subida dos geopotenciais a oeste deste fluxo.
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