Mudanças Climáticas – Se fosse fácil…

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A MeteoMira é uma página de previsões de meteorologia e nesse sentido, deixamos geralmente para a ciência e para os especialistas, o que é da ciência e dos referidos especialistas, na temática das Alterações Climáticas (ou melhor dizendo Mudanças Climáticas).

No entanto, não podemos ficar indiferentes a tudo o que se fala, escreve e sente pelo Mundo nestes dias a respeito do Clima (que é também uma parte da nossa MeteoMira).

Comecemos pelo início, o que é a anomalia média da temperatura do planeta?

A anomalia média da temperatura do planeta é, como o próprio nome indica, a média da temperatura num dia do nosso planeta. Nesse mesmo dia, muitos locais estarão acima da média e outros abaixo da média diária, mas o que importa nesta medição é perceber qual a variação da temperatura média do planeta face ao que é a média expectável, desde que há efetivamente registos. Na imagem seguinte e anualmente é traçada uma linha com essa média diária e a sua oscilação face à média normal e aos percentis habituais (zonas onde se situam as linhas cinza).

A temperatura média do planeta tem subido assim tanto? E desde quando?

A temperatura média do planeta tem subido bastante desde essencialmente 1960, acompanhando a evolução das emissões de CO2 para a atmosfera. A correlação é linear entre ambos os gráficos e denota que o avanço tecnológico tem sido determinante para essa mesma subida.

Há uma situação que importa no entanto salientar. Os efeitos e a propagação demora alguns anos ou mesmo décadas, pelo que desde a revolução industrial no séc. XIX que se verifica um acréscimo de emissões de CO2, mas ao início sem grande reflexo na temperatura, fator que só começou a pesar a partir da década de 30, ou seja, cerca de 50 anos após a Revolução Industrial. Podemos estar aqui a falar de um delay de 30 a 50 anos na causa-efeito, situação que obviamente, tendo em conta o continuo crescimento das emissões será um problema no futuro próximo.

Mas a terra já teve vários ciclos, vocês têm é agendas?

Em primeiro lugar, a MeteoMira não aborda esta temática com regularidade. E não aborda porque a agenda e o compromisso da página é com as previsões meteorológicas e com os seus seguidores.

Em segundo lugar, a terra já teve vários ciclos, é verdade, mas nenhum com a velocidade e a intensidade do atual, em curva crescente. Não tenhamos dúvidas de que a Terra está a adaptar-se e a reorganizar-se e depois deste ciclo, outros virão, provavelmente descendentes na anomalia da temperatura… podemos é como espécie já não estar cá para o ver!

Vocês falam, falam e soluções?

Muitas pessoas acreditam na ciência e acreditam no que se escreve nas inúmeras publicações dos especialistas, muita gente duvida essencialmente dos interesses subjacentes a quem os elabora e muita gente acredita, mas sabe o que implica “a solução”.

Costuma dizer que “para grandes males, grandes remédios!”… nesta temática, a nossa opinião é muito direta e poderá ser contraditória aos olhos de muita gente, mas a verdade é que se a solução fosse fácil… “já teria sido feita”.

Reduzir, reutilizar, reciclar… a política dos 3 R’s que já nosso tempo de escola era falada, é apontada como a política certa para o futuro. Não digo que não seja um caminho… mas recordemos o gráfico de subida média da temperatura do planeta… o seu desfasamento de 30 a 50 anos poderá vir a implicar que as medidas que agora se tomem só tenham efeito daqui a precisamente 30 ou 50 anos… numa altura onde, pelas contas atuais, poderia já não existir capacidade para a vida do planeta. E “Reduzir ou Reutilizar” implica o que muita gente sabe: redução de produção, desemprego, fome…

Muitas pessoas tendem a não acreditar essencialmente porque sabem que a solução passa por reduzir produções em vários setores… a reutilização de meios, equipamentos e serviços tecnológicos coloca em causa todo um setor de modernização (um dos setores que mais emprega no séc.xxi). Milhões de pessoas contribuem com o seu trabalho para que um pequeno smartphone ou tablet seja lançado… na programação, nos processadores, na micro-tecnologia (isto só para falar de um dos equipamentos que mais rapidamente vai evoluindo). A redução de produção, a reutilização dos atuais equipamentos, a suspensão de produção atiraria para o desempregos milhões de pessoas em todo o mundo… desde o fabrico à venda!

O mesmo se passa no setor automóvel e em tantos outros setores que têm sido o boost do avanço tecnológico da segunda metade do séc. xx e principalmente séc.xxi.

E as energias “limpas”, não podem ser uma aposta forte?

Em primeiro lugar importa salientar que, a partir do momento em que se abatem milhares de árvores para se colocarem painéis solares ou outros equipamentos “limpos”, estamos a falar de algo que está, à partida, com um problema. As árvores são os nossos principais aliados no combate às emissões de gases com efeito de estufa e a deflorestação é a política que se vai seguindo em vários locais do mundo. Para que vale limpar as energias, se depois destruimos a natureza com a limpeza que fazemos?

Desligamos centrais a carvão e depois deitamos água das albufeiras fora, como aconteceu em 2021/2022 no nosso país? Parece incrível mas numa situação de seca extrema, levámos muitas albufeiras a níveis críticos porque desligámos as centrais a carvão… e depois fizémos o quê? Fomos comprar energia a carvão a Espanha!

Há setores onde pouco apostamos e tendo uma costa brutal podiamos aproveitar… como é o caso da energia das marés… aqui não nos faltará certamente água para tal, ou ondas! Mas chega o que fazemos por cá? Claro que não! Podemos ser o melhor aluno da turma que somos uma formiga perto de um enorme elefante!

O caminho não é fácil… até porque se fosse fácil, já tinha sido feito!

O caminho tem de ser claramente a redução dos combustíveis fosséis… mas há interesse nisso? Enquanto os mais ricos continuarem a enriquecer à conta dos combustíveis fósseis, eles não irão acabar e tudo o que se faça como alternativa será sempre mais taxado, será sempre mais caro! O objetivo é não parar de produzir aquilo que faz mexer economicamente o mundo e que mais uma vez, emprega também muita gente.

Mas o caminho, neste momento, tem de ser muito mais que isto! O caminho, aos nossos olhos e porque os efeitos são retardados no tempo, não é nada fácil… e pode mesmo ter de passar por um total e completo regresso ao passado! A questão que se coloca é: Alguém estaria disposto a voltar a 1800 e troca o passo, antes da revolução industrial? Parar tecnologia totalmente, deixar de ter frigorífico em casa? Deixar o carro e voltar à carroças? Andar a pé para fazer kms? Para a energia elétrica? Viver do que se produz, unica e exclusivamente?

As perguntas são muitas, mas quando damos um chocolate a uma criança pela primeira vez, ela certamente no dia em que lhe puserem à escolha entre esse mesmo chocolate e uma bela sopa de feijão, irá escolher o chocolate!

É humano e é intrínseco desde que nascemos! O doce é melhor… mas por vezes traz dissabores… como as famosas cáries!

É a dicotomia “qualidade de vida” e “vida de qualidade”!

Com o que temos hoje, qualidade de vida e ambiente são duas situações antagónicas… a humanidade cresceu imenso em saber, tecnologia, saúde, bem-estar… e à medida em que cresceu por si, fez com que o planeta regredisse por ele nesse aspeto. Não nos apercebemos no dia-a-dia que o lixo que diariamente tiramos de nossa casa para nos sentirmos bem nela irá para algum lado… e não é para Marte… fica na terra, na nossa casa-maior! Soluções? Se fosse fácil, já teria sido feito!

Por fim, uma nota, muitos dos que falam sobre este problema, têm mesmo agendas…

Não sendo obviamente o caso da MeteoMira, cujo intuito é a previsão meteorológica apenas, é mesmo verdade, muitas das pessoas falam do tema e querem mesmo vender soluções… têm por trás setores das renováveis, lítio, interesses pessoais e coletivos de futuro… mais uma vez, falam não para a solução mas para a sua solução! Foi assim que aqui chegámos… não é esse o caminho! O caminho é duro, eu pessoalmente não acredito que tenhamos retorno… porque se a solução fosse fácil, já tinha sido feita! E a solução não é um Acordo de Paris… ou de onde quer que seja! O caminho, o único caminho se queremos dentro de 30 a 50 anos voltar ao ciclo anterior, é parar tudo e voltar atrás… miséria, fome, desemprego… é duro… e por isso, talvez muita gente continue a gozar e duvidar de quem fala disto… muitas pessoas sabem que o futuro só é possível a nível ambiental, no dia em que o nosso bem-estar ficar parcial ou totalmente para 2º plano.

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