O Outono está a começar a querer entrar mas o Verão ainda diz “presente”!
Assim, espera-se que um sistema depressionário (L na imagem seguinte) com significativo cavamento (990hPa), centro a oeste das ilhas britânicas, produza uma frente que apenas deverá molhar a metade oeste do norte e centro (pouca conseguirá passar para o interior e praticamente nenhuma para sul, a não ser alguma morrinha junto ao litoral sul).
O movimento de rotação dessa depressão arrastará uma massa de ar quente para a Península Ibérica e Europa, naquela que será a 2ª maior situação de calor do verão em Portugal! Ainda assim, a situação, a altura do ano e a redução da atividade solar deverá deixar os valores máximos uns 2 a 3 graus em média abaixo do evento da primeira semana do mês.
Que máximas esperar?
Assim, entre dias 20 e 21 são, de certa forma, estes os valores máximos esperados para a Península Ibérica:
Já para dias 22 e 23, serão os seguintes:
Como se pode verificar, as máximas devem chegar aos 40-42ºC nas zonas mais quentes por natureza (falamos do Alentejo, interior centro, Planalto Mirandês, Ribatejo, Vale do Sado e do Tejo), começando a diminuir já gradualmente dia 23, para os 40/41ºC, devido à aproximação de ar marítimo que será mais sentido dia 24 (com as máximas abaixo já dos 40 em praticamente todo o território).
Litoral norte e centro com muitos e densos nevoeiros
Os nevoeiros de advecção deverão ser significativos ao longo de todos os dias de calor no território continental, com a interação entre massa de ar quente, águas frias e circulação de um sistema depressionário ao largo da costa a ser o trio decisivo para esta situação. Na imagem seguinte, conseguimos verificar esses nevoeiros em persistência através das cores lilás (reduzida visibilidade). Pontualmente os nevoeiros chegarão também ao litoral sul.
Ventos a aumentar dia 23 e 24
Apesar do vento pontualmente moderado a forte dias 21 e 22 nas regiões montanhosas dos distritos de Lisboa e Leiria, será dia 23 que será notará um aumento muito forte do vento, de leste, em todo o Vale do Tejo, numa situação de risco muito elevado em termos de incêndio porque as temperaturas permanecem elevadas nestas zonas, neste dia. A primeira imagem abaixo mostra onde o vento será mais forte pelas cores laranja e avermelhado (acima de 60km/h de rajadas).
Dia 24, a rotação para norte dos ventos fará incrementar a nortada no litoral, mas trará também vento forte ao interior sudeste continental (ver zonas a laranja na 2ª imagem abaixo).
Do calor a uma possível entrada outonal?
É verdade, pode não acontecer porque a distância ainda é grande, mas os modelos mostram o anticiclone em extensão entre os Açores e a Gronelândia (ventos de acordo com a seta a preto), permitindo que uma depressão mergulhe depois de 24 na Europa Ocidental (seta azul), trazendo forte descida das temperaturas, mais ventos e até precipitação/possibilidade de trovoadas.
Carece ainda de análise mais rigorosa, mas é uma das possibilidades… uma mostra do General Outono antes de acabar o Verão Climático (que acontecerá a 31 de agosto).
E pelas ilhas, que poderá tudo isto trazer?
O clima na Madeira está muito ligado ao do Continente e as subidas são sentidas geralmente em paralelo. As temperaturas sobem então, de acordo com o ensemble do GFS para o Funchal, até 4/5ºC face ao dia de hoje no dia 22 e 23 de agosto, começando gradualmente a descer.
Os Açores geralmente têm inversão, ou seja, tempo quente significa baixa de temperaturas pelo Arquipélago nos próximos dias, de até 4 a 5ºC e alguns episódios de precipitação até 20/21 de agosto.
O evento mais intenso e que poderá trazer trovoadas ao Arquipélago é precisamente dia 20, com um núcleo depressionário de características subtropicais a avançar no Arquipélago, com chuva por vezes forte. A partir daí e tirando alguns aguaceiros, nada de significativo se espera na região.
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