Para quem não sabe, a Fase ENSO (El Niño Southern Oscillation) é uma anomalia de temperatura da água do mar no Pacífico Leste Equatorial e que tem muita influência na circulação atmosférica mundial.
De uma forma muito simples, se a anomalia da média da temperatura da água do mar naquela zona for positiva estamos em Fase El Niño, se for negativa estamos em Fase La Niña e se não houver anomalia ou se a anomalia for muito pequena, designamos de Fase Neutra.
EL NIÑO 2023-2024
Em tempos pensou-se que poderíamos estar na presença do mais intenso El Niño desde que há registos, mas rapidamente se foi percebendo que mais significativos que 2023-2024 foram claramente 1997-1998 e 2015-2016. Todos têm, contudo, uma semelhança e que diz respeito ao início da degradação do El Niño no decorrer do inverno climático do 2º ano, ou seja, 1992, 1998, 2010, 2016 e agora 2024 (assinalados pelas setas a preto e a vermelho).

Só olhando ao mapa acima percebemos logo uma coisa muito simples… há cada vez menos anos El Niño e os anos La Niña estendem-se cada vez com maior intensidade e persistência… o que pode parecer algo estranho, quando falamos em aquecimento do planeta haver uma zona tendencialmente mais fria no mar…
Mas é verdade e está estatisticamente comprovado, ou seja, a anomalia da temperatura da água do mar no Pacífico Leste Equatorial é, por norma, cada vez mais fria, face ao que se registava no passado… e isso tem um impacto enorme no clima da nossa latitude.
EL NIÑO VS LA NIÑA EM PORTUGAL
O tipo de circulação predominante de um e de outro fenómeno são completamente distintos e ainda que a transição não seja imediata, anos El Niño tendem a ser mais quentes e húmidos que os anos La Niña. A circulação predominante do El Niño é sudoeste e a La Niña transporta muito mais ar de noroeste, trazendo muito menos precipitação ao sul e principalmente ao interior.
Em termos de temperaturas, o El Niño é tendencialmente mais quente, ainda que como referido, o delay na transição La Niña-El Niño possa trazer verões mais amenos (ou menos tórridos) no 1º ano do fenómeno na nossa latitude… tendencialmente o 1º ano afeta mais o mediterrâneo e leste europeu e o 2º sim, transporta por norma o nosso país para verões mais quentes.
E falo apenas do El Niño porque é o que ainda teremos pela frente nos próximos tempos… até que no outono a transição para fase neutra nos traga alguma inversão.

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O QUE SE ESPERA PARA O VERÃO?
Em primeiro lugar, a MeteoMira não tem bolas de cristal e falar de longa distância apenas pode ser baseado numa análise estatística relativamente curta. Nesse sentido, por norma, anos de transição El Niño-Fase Neutra trazem Verões mais quentes. Na imagem seguinte conseguem ver que para médios e fortes verões El Niño temos anos quentes e secos em 1998, 2010 e 2016, contra apenas 1992 como um verão chuvoso e normal em temperatura.

Assim, possivelmente estaremos com uma probabilidade de cerca de 70% de virmos a presenciar um verão de facto quente, mas também com períodos mais amenos.

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TRANSIÇÃO PARA A FASE NEUTRA NO OUTONO?
A transição para fase neutra que se perspetiva para a entrada no Outono trará consigo outros desafios e outras perspetivas.

Nada melhor que olharmos para a estatística, para perceber o que acontece quando a diminuição da temperatura da água no Pacífico Leste Equatorial tem início, por norma, após anos El Niño médios a intensos, como foi o caso de 2023/2024.

Por norma, anos de transição El Niño-Fase Neutra-La Niña têm impacto em outonos mais secos que o normal. Foi assim em 1992, 1998 e 2016. Apenas tivémos como situação normal 2010, o que faz antever, pelo menos na perspetiva da fase ENSO, um Outono com menos precipitação que o normal climático em 2024.
E se olharmos à tendência CFS para o período Setembro 2024-Janeiro 2025, percebemos que há uma certa afinidade na estatística acima referida e na previsão dos modelos de longo alcance. É claro que não devemos olhar para isto como nenhum dado adquirido, até porque há muitos outros fatores por trás da configuração climática e, claro que, como dizemos, não temos bolas de cristal para antever o futuro… apenas muita análise e dados estatísticos.

Esperamos que possa ter sido útil esta explicação e continuaremos a analisar nos próximos meses esta evolução.
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