Já muitas vezes se terá questionado o que é um anticiclone e o que é um ciclone. A MeteoMira apresenta-lhe este artigo para o ajudar a perceber qual o papel do anticiclone na atmosfera e qual a relação entre ele e todas as imagens abaixo:
Comecemos pela definição científica e meteorológica de anticiclone e que na prática representa uma área de pressões mais elevadas cujo ponto máximo está, normalmente, no seu centro.
O anticiclone é o sistema de defesa da atmosfera contra os ciclones e as depressões (que não sendo ciclones) podem causar instabilidade na atmosfera.
Assim, é fácil perceber que o anticiclone está para a atmosfera como os nossos anticorpos estão para o nosso organismo. Eles causam bem-estar e no caso da atmosfera, tempo estável na zona envolvente, com mais sol.
A sua tarefa é proibir a passagem dos ciclone, ou seja, evitar que o mau tempo passe pela sua posição, obrigando ao seu desvio (no sentido do ponteiro dos relógios no hemisfério norte e no sentido contrário no hemisfério sul). Na imagem seguinte, o ciclone a preto irá deslocar-se para a zona norte do Anticiclone e rodar de acordo com as setas a azul (o sentido dos ponteiros do relógio do anticiclone), para leste, desviando-se da Península Ibérica.
Devido à posição natural do anticiclone, é normal que as depressões estejam em permanência no norte da Europa… e assim, com esta imagem, é fácil perceber porquê!
No nosso organismo, o vírus ao entrar começa frágil e vai-se alimentando e reproduzindo, crescendo… tal qual um ciclone no mar. Aí, entram em ação as tropas do nosso organismo, reforçando-se igualmente, para atacar e tentar fragilizar o inimigo, defendendo as partes vitais do organismo, mas deixando sempre efeitos colaterais, como alguma febre, dores no corpo, etc…
Um anticiclone evita a passagem do ciclone mas por vezes esse ciclone consegue desgastar o anticiclone e consegue fazer penetrar no seu interior algumas bolsas de ar frio em altitude… que provocam regra geral as trovoadas. Pensemos que alguns elementos do vírus conseguiram furar as defesas, mas não são fortes o suficiente para agredir os anticorpos de forma mais violenta… ainda assim, geram instabilidade no nosso organismo, tal qual uma bolsa de ar frio em altitude que consegue romper a barreira anticiclónica.
Olhemos agora à serra e ao rio… qual a relação entre ambos e os nossos anticiclone e ciclone?
Se o anticiclone é o ponto de pressão mais alta, o ciclone é o ponto de menor pressão! Tal como na nossa cidade, o rio é o ponto mais baixo e a serra é o ponto mais alto. Se pensarmos no rio como a depressão, facilmente compreendemos que é nela que se transporta a água, mas também as correntes (ou seja, os ventos). Se pensarmos na serra vemos uma barreira à nossa passagem…
Quase todos certamente já experimentaram chegar ao topo de uma serra de carro e tiveram de dar voltas e voltas em torno dela para lá chegar… as voltas que damos são as mesmas que os ciclones têm de percorrer para passar um anticiclone na atmosfera (se forem a direito batem em cheio e ficam fragilizados).
Ou seja, podemos pensar facilmente que um rio corre de uma serra para o mar, ou seja, do ponto alto para o ponto mais baixo! Curioso que também na atmosfera e sempre que falamos em frentes, elas são geralmente mais fortes perto dos pontos baixos e mais fracas perto dos pontos altos.
Na imagem seguinte, sempre que chove, a água corre na linha de água e vai engrossando à medida que vamos descendo em altitude, até ser um rio já mais largos uns kms abaixo… é como uma frente!
Por norma, na atmosfera, os pontos baixos estão a norte e os pontos altos a sul, daí que seja também muito mais normal chover mais a norte que a sul. É claro que existem muitos outros fatores que complicam esta explicação (que serve exclusivamente para ajudar e não para complicar). A imagem seguinte ajuda, numa carta meteorológica a perceber este caminho que o nosso rio na atmosfera percorre dos pontos altos aos pontos mais baixos, movido pelos ventos em altitude.
Então e porque é que há zonas onde é vento se torna muito mais forte?
Para percebermos isso, olhemos de novo ao nosso organismo e pensemos no momento em que os anticorpos enfrentam os agressores (vírus ou bactérias). Na zona de conflito há uma intensa batalha que faz “vítimas” de ambos os lados (esperemos que sempre menos do lado dos anticorpos, senão temos de ir ao hospital e por vezes não resistimos). Tal como essa zona de batalha, a zona onde o ciclone e o anticiclone se aproximam gera uma diferença nas pressões atmosféricas num curto espaço muito grande… é a zona de conflito e onde devido a esse gradiente de pressões, o vento se torna mais forte.
Acontece muito no nosso verão, na costa ocidental. Por um lado, temos uma depressão em Espanha (B) e por outro um Anticiclone nos Açores (A)… a zona de “contacto” é a costa ocidental de Portugal Continental e é onde se estabele uma forte corrente de ventos de norte, tal como na imagem.
Então o anticiclone é o nosso melhor amigo?
Sim e não! Sim porque nos defende nos agressores mais violentos (geralmente) e não porque se for muito intenso e persistente pode tornar-se perigoso (ou seja, secar demasiado).
Vejamos que no nosso organismo, se os anticorpos forem em excesso também podem provocar reações adversas… tudo o que na medida é o ideal… em excesso também não é positivo.
Esperemos que tenha sido importante esta explicação e seria muito positivo para nós poder contar com a sua partilha.
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