Dia 14 em diante
No seguimento da previsão adiantada pela MeteoMira em termos mensais e que pode consultar aqui PREVISÃO MENSAL JANEIRO 2023: “No minguante de Janeiro, corta o madeiro” – MeteoMira, o Quarto Minguante (15) trazia a primeira verdadeira situação de inverno puro ao velho continente. A análise foi correta na altura (corria o dia 30 de dezembro de 2022) e a verdade é que a circulação tipicamente oeste/sudoeste, com temperaturas altas para a época será interrompida a partir do Quarto Minguante.
A quebra será feita pela passagem de uma frente nos Açores dia 13 e que avançará entre 14 e 15 no Continente e no dia 15 na Madeira. A animação, com a chuva de 3 em 3h, desde 6ª a domingo mostra a evolução da frente e no final da animação, consegue-se ver a norte da imagem, o início da circulação norte… o desbloqueio do inverno proporcionado pelo Quarto Minguante.
Em termos práticos, após esta frente, ou seja, após 6ª feira (13), os Açores vão entrar em regime de tempo seco e frio ao longo de praticamente toda a semana e a Madeira entra. depois da frente da noite de domingo para 2ª feira (15 para 16), num regime de aguaceiros de nordeste/norte (podendo ser de granizo), com forte descida das temperaturas e possibilidade de neve nos pontos altos, até 3ª feira, altura em que as cotas começam a subir e apenas se registarão aguaceiros. O vento soprará moderado a forte, tipicamente com a circulação nordeste, a trazer sensação de frio ao Arquipélago. Na imagem seguinte, as cotas de neve no Arquipélago da Madeira:
Apesar da inversão para leste dos ventos, os aguaceiros devem permanecer uma constante ao longo da semana, acompanhados por rajadas moderadas a fortes, mantendo-se a sensação de tempo fresco.
É altura de olharmos para Portugal Continental e para a situação na Europa. Na Europa Central e mesmo em Espanha, o tempo poderá virar agreste, em especial a partir de 2ª feira (16), com a deslocação e intensificação de uma depressão que poderá tornar-se numa ciclogenese explosiva (Ciclone Bomba) – cavamento da pressão no centro igual ou superior a 24hPa em 24h – que trará ventos muito fortes ao norte de Espanha e costa ocidental e noroeste de França (primeira imagem abaixo, com cores cinza), onde se pode ultrapassar os 150km/h de rajadas, situação que deverá impor a nomeação da depressão. Além do vento forte que depois se deverá alastrar a outros locais da Europa (intenso, mas menos significativo), o frio será muito vincado, a neve será intensa e persistente em vários locais, bem como a chuva (onde não existir condições para a neve). A 2ª imagem abaixo mostra a profundidade de neve em cada local da Europa, ao longo da semana de 16 a 20:
E em Portugal Continental, também irá nevar? Vai estar muito mau tempo?
Como se pode ver na imagem acima, neve em Portugal será mais rara e apenas os locais mais típicos no extremo norte (Gerês e zonas montanhosas do distrito de Bragança), quiçá as serras mais altas a norte (acima dos 1000-1200m) bem como pontos altos da Estrela – sem grande acumulação aqui – poderão vir a presenciar o elemento branco… nada que se compare com a Europa!
O vento esse será também forte e depois de um fim de semana de precipitação (14 e 15), principalmente a norte e centro (domingo pode chegar a sul, fraca), entre 2ª e 3ª feira teremos o avance de superfícies frontais de norte, com ar muito frio após a sua passagem e vento intenso, mas que pouca chuva irão deixar a sul. A precipitação poderá ser de granizo em vários locais, sendo impossível indicar obviamente onde.
Ainda não é consensual as intensidades, mas neste tipo de situação, são possíveis rajadas máximas que podem chegar aos 65 a 100km/h no litoral e terras altas, sendo possível que possam superar os 100-120km/h acima dos 1000m de altitude, isto a norte e centro, entre 2ª e 3ª feira (16 e 17), mas com possível extensão à primeira metade de 4ª feira (18).
A sensação de frio será muito significativa e crescente ao longo da semana, isto porque a partir de 4ª feira, a precipitação começa a escassear. As mínimas e máximas andarão baixas em todo o território continental:
A neve, a ocorrer no nosso país, com surpresas a cotas baixas tem de resultar de uma bolsa de ar frio retrógrada, como ocorreu em várias situações nos últimos anos… no momento em que chegar é uma surpresa o local onde cairá a neve… mas acredito que na última semana do mês possamos vir a ter algo desse género, antes de uma primeira quinzena de fevereiro que julgo vá ser tempestuosa (frio, chuva, neve acima dos 400 a 600m, granizo e vento)
Quer saber o que é uma retrógrada? Clique aqui: (10) Grupo MeteoMira | **Já aqui falámos várias vezes de retrógradas | Facebook
Em breve, mais informações, em METEOMIRA
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